Postado dia 11/05/2014
Em um estudo recente, executado com recursos da FAPERJ, o Professor Julio Cesar Wasserman, do Departamento de Análise Geoambiental da UFF avaliou a capacidade de reservação de água da Represa de Juturnaíba. O estudo que é inédito na região, foi feito através de uma avaliação batimétrica do Lago, realizada a partir da medição de mais de 600 pontos de profundidade. Uma avaliação cuidadosa do entorno do lago também foi realizado, identificando áreas cobertas com plantas e áreas abertas. A partir dos pontos de medição de profundidade e utilizando sofisticadas técnicas de interpolação, um mapa das profundidades do lago foi construído, a partir do qual foram avaliados os volumes de água para diversas alturas de água, medidas no vertedouro da represa. Os resultados são apresentados na tabela abaixo, mostrando que quanto maior a altura da água, maior é o volume.
Altura da água no vertedouro (em metros) |
Volume (em m3) |
0 |
92.833.631 |
0.1 |
96.296.587 |
0.2 |
99.836.195 |
0.3 |
103.455.502 |
0.4 |
107.155.168 |
0.5 |
110.937.760 |
0.6 |
114.807.072 |
0.7 |
118.767.037 |
0.8 |
122.824.116 |
0.9 |
126.987.257 |
1 |
131.270.284 |
Este tipo de estudo nunca havia sido realizado antes no lago de Juturnaíba e o volume que se dispunha era o valor do projeto inicial de construção da represa e que falava genericamente de 100 milhões de m3. Pelo presente estudo, observamos que o volume estava um pouco subestimado, pois após mais de 30 anos de construção e considerando que o lago vem sofrendo processo de assoreamento intenso, ainda temos em uma situação de muito baixa disponibilidade de água valores da ordem de 93 milhões de m3. Contudo, o volume pode chegar até 131 milhões de m3 em períodos muito úmidos.
Os valores apresentados na tabela constituem informação de grande importância para permitir uma melhor gestão deste reservatório, que é o segundo maior reservatório do Estado do Rio de Janeiro. Considerando as atuais restrições na disponibilidade de água em função da falta de chuvas a quantificação real dos volumes de água disponíveis permitirão a determinação mais segura dos momentos em que a população deverá economizar água ou até mesmo raciona-la.
Após a realização do estudo no lago de Juturnaíba, estamos direcionando esforços, através de uma cooperação com o Instituto Federal Fluminense de Quissamã , para fazer um estudo similar na Lagoa Feia, este o primeiro maior reservatório de água do Estado do Rio de Janeiro.
![]() |
![]() |
Nome do Autor: Julio Cesar de Faria Alvim Wasserman Data da Postagem: 11/05/2014 |